sábado, 1 de março de 2008

FVM por muitas partes

Cada vez mais o movimento do it yourself/faça você mesmo ganha seguidores, mesmo que não façam o movimento conscientemente. São pessoas que fazem suas bolsas, que reciclam seus papéis, que pintam suas camisas, que cultivam plantas em suas varandas e nos seus quintais, que cozinham suas próprias comidas, fazem seus biscoitos.

Pessoas por aí afora meio que retornam ao tempo dos artesãos, ao tempo em que sabiam fazer coisas manualmente. A sua habilidade para uma determinada atividade - hoje basicamente é tudo feito em indústrias e em grandes quantidades - era o mecanismo de troca para o trabalho de outras pessoas.

Falando de indústria, uma coisa interessante é que muitas inovações são hoje vistas como prejudiciais: o plástico, o açúcar e os legumes refinados, microondas etc. Plástico demora sabe-se quanto tempo para se decompor, os alimentos integrais são mais saudáveis, assim como alimentos frescos ou comidos logo depois de feitos.

Tomar as rédeas da vida, do que se faz, do que usa, do que come parece mais tentador para mais gente, apesar de ser bem diferente do que a maioria faz e diferente do que se espera que façamos todos. O artesanal atrai acho que por representar muito do que não é o mundo hoje. Enquanto tudo é rápido, descartável e robótico, o mais artesanal é devagar, no detalhe e requer dedicação. O destaque está no processo, no fazer, com o pensamento no que vai resultar, para que vai servir. A utilidade e o uso são pensados. E acho que uma nova forma de viver, uma nova atitude para o cotidiano vem disso.